Enquanto no Norte brasileiro o fogo vem destruindo a Mata Amazônica, uma das principais relíquias da humanidade, em Diadema a prefeitura não pretende apelar por incêndio, mas já anunciou o corte de 14 árvores da histórica Praça Castelo Branco que, dada à sua importância, chegou a ser tombada como patrimônio da cidade. Em entrevista a este jornal, o secretário José Marcelo Ferreira Marques, de Serviços e Obras chegou a afirmar que seriam cortadas apenas cinco árvores que estão sob a rede de energia elétrica de alta tensão da ENEL e, nos dias de chuvas com ventos, os galhos batem nos fios e acabam provocando queda de energia nas imediações. O secretário disse que nem mesmo poda resolveria o problema. Ao que parece, uma poda, cortando parcialmente os galhos que estão tocando nos fios, resolveria a questão. Mas uma poda que fosse acompanhada por engenheiros agrônomos para não danificar parcial ou total as árvores. Pelas entrevistas que secretários concedem à imprensa regional, parece que a preocupação não é bem as quedas de energia elétrica em tempos de chuvas fortes, mas a construção de um estacionamento, com 30 vagas, para veículos, atendendo reivindicação dos lojistas das imediações. Aliás, as obras já estão em pleno andamento e as árvores só não foram cortadas, segundo consta, porque dependeria de aprovação do Condema (Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Diadema), o que ocorreu na noite de terça-feira (17) numa apertada votação de 10 votos pelo corte e sete contrários. Se fosse uma eleição para prefeito, essa “votação” certamente iria para um “segundo turno”. A prefeitura justifica o corte dessas árvores dizendo que haverá compensação, ou seja, o plantio de outras árvores. Só não explicou que serão plantadas mudas em outros locais, não especificamente na Castelo Branco. Além disso, existe um problema. Todo plantio de muda de planta requer, segundo alguns engenheiros agrônomos, uma avaliação da terra. Além disso, os cuidados para com a muda da árvore, principalmente aguando-a pelo menos duas vezes ao dia (cedo e a noite), já que uma planta nova não pode ficar esperando por água das chuvas. A reforma ou revitalização da Praça Castelo Branco, que no seu início era chamada de “Praça dos Comerciários”, está parecendo uma obra que o prefeito insiste em fazer para mostrar serviço e deixar o mandato em 2020 com o agrado dos lojistas. Isso se a OAB ou outras entidades defensoras do Meio Ambiente não conseguir embargar, na Justiça, essa obra antes das árvores serem derrubadas.
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