Vereador de Diadema e aliado de primeira hora do candidato do MDB à Prefeitura, Taka Yamauchi, Reinaldo Meira (Solidariedade) é réu em um processo de rachadinha em seu gabinete.
A ação, movida em 2015 pelo Ministério Público, aponta a existência de prática da chamada "rachadinha", que consiste em exigir parte do salário de assessores. Segundo a denúncia, três ex-funcionários comissionados, com passagem na Câmara e na Prefeitura, todos por indicação de Meira, eram obrigados a dar parte do salário ao parlamentar, como condição para permanecerem nos cargos. Os crimes teriam sido cometidos durante o ano de 2013, no primeiro mandato de Meira.
A denúncia foi baseada em uma matéria veiculada em 15 de março de 2015 pelo jornal Diário do Grande ABC. A reportagem divulgou que teve acesso à gravação em que Meira conversava com uma apoiadora e falava sobre a atuação desses funcionários, que não apenas eram obrigados a passar para ele parte dos seus salários - inicialmente o valor de R$ 800 ao mês -, como também eram servidores fantasmas, ou seja, recebiam o salário, mas não compareciam para dar expediente.
A ação ainda está em curso e além do vereador aliado de Taka também é investigada Sandra de Oliveira, que à época dos fatos era assessora de Meira e apontada como a responsável por recolher o dinheiro dos comissionados e entregar ao parlamentar. Ambos negam qualquer prática de crime e o processo segue aguardando a data de julgamento.
A demora no julgamento, inclusive, é devido às diversas ações que os dois réus têm impetrado nos últimos anos, em uma estratégia de não responder aos crimes. Além do processo por corrupção, Meira também é réu em um processo que investiga improbidade administrativa, devido ao desvio de recursos públicos com a suposta prática de rachadinha.
A acusação contra Meira contrasta com a postura do vereador na Câmara. Ele costuma usar com frequência a tribuna do Legislativo para cobrar moralidade no poder público.
PROCESSO TRABALHISTA
A mesma funcionária que acusa Reinaldo Meira de ficar com parte do seu salário enquanto foi funcionária comissionada na Prefeitura de Diadema processou o parlamentar por tê-la contratado em 2013 para o cargo de auxiliar administrativo, sem o devido registro em carteira.
Além da contratação irregular, a Justiça do Trabalho também acolheu pedido de indenização por dano moral, devido a ofensas que Meira fez contra a funcionária. O parlamentar nem sequer compareceu à audiência e foi condenado à revelia a realizar o registro em carteira da funcionária e pagar todas as verbas rescisórias, 13º salário e férias, além de R$ 7 mil de indenização por dano moral. Procurado para comentar sobre o caso, o vereador não respondeu até a pubicação desta matéria.
O Portal ABC News entrou em contato com o vereador Reinaldo Meira para esclarecimento, porém o parlamentar não retornou.