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Autismo: Quebrando barreiras e construindo pontes

Enquanto campanhas de conscientização e avanços na ciência médica trazem novas perspectivas sobre o transtorno, muitas famílias continuam a enfrentar barreiras diárias para garantir o apoio necessário a seus filhos.

02/10/2024 11h17
Por: Portal ABC News Fonte: Wallace Quaresma
Autismo: Quebrando barreiras e construindo pontes

Um tema que preocupa cada vez mais os pais, que por muitas vezes passa despercebido. O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas o nível de compreensão e aceitação ainda está longe de ser ideal. Entre histórias de superação e batalhas diárias, especialistas e famílias alertam para o diagnóstico precoce e de uma maior conscientização social.

Diante disso, é preciso estar atento aos sinais que as crianças apresentam. Quem chama a atenção para isso é a neuropsicopedagoga, Andreia Corrêa de Lima Brasil. “Os pais devem estar atentos a vários sinais que podem indicar a presença de autismo. Esses sinais variam, mas os mais comuns são dificuldades na comunicação social, atraso ou ausência de fala, falta de resposta ao ser chamado pelo nome, movimentos repetitivos, como balançar o corpo ou bater as mãos, reação exagerada a sons, luzes, cheiros ou texturas, indiferença à dor ou temperaturas extremas, dificuldade em interpretar emoções e expressar afeto, entre outros. Esses sinais podem variar em intensidade e não significam necessariamente que a criança tem autismo”, explicou.

Andreia também ressaltou a importância do diagnóstico precoce. “Identificar o autismo precocemente é essencial porque permite que a criança receba intervenções e apoio adequados desde os primeiros anos de vida, quando o cérebro ainda está em desenvolvimento e mais receptivo a mudanças. Isso pode trazer vários benefícios. Com suporte adequado, as crianças podem aprender estratégias para lidar com desafios, o que pode reduzir a frustração e melhorar a integração social, acadêmica e familiar”, contou a especialista, lembrando que existem três níveis para o transtorno: nível 1 (leve), nível 2 (moderado) e nível 3 (Grave).

Detectar esses sintomas foi imprescindível para o desenvolvimento do pequeno Arthur. É o que conta a mãe da criança, Mariana Espada Pinto da Costa. “Quando meu filho tinha 1 ano e 8 meses, fomos passar o Natal com a minha irmã. Ele chorava demais e apresentava um comportamento que hoje sei que são as crises do autismo. Além disso, a interação com as minhas sobrinhas era pouca, e a minha irmã observou que ele ainda não falava nenhuma palavra, nem sequer me chamava de ‘mamãe’. Foi difícil encontrar um médico preparado para identificar os atrasos do desenvolvimento, mas após passar por 3 pediatras, uma das médicas levantou a hipótese de autismo. Assim, começamos a investigar com equipe multidisciplinar, com neurologista e psicólogos”, contou.

Segundo Mariana, os pais que têm filhos diagnosticados com autismo precisam tomar alguns cuidados. “Além dos cuidados básicos que toda criança necessita, temos que fazer acompanhamento com neuropediatra a cada 6 meses, e terapias semanais com psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional para que a criança possa desenvolver novas habilidades e comportamentos. Além disso, temos que aplicar os conceitos terapêuticos no dia a dia em casa, para que o aprendizado seja ampliado para todas as áreas da vida da criança. A escola também tem um papel fundamental nesses cuidados, porém nem sempre oferece professores e auxiliares que possam acompanhar e orientar as crianças nas situações de necessidade, seja na rede pública ou privada”, disse, acrescentando que quem depende da saúde pública tem uma realidade ainda mais difícil.

De acordo com a CEO do Instituto Apta, Thelma Ignatti, a inserção da criança autista na vida escolar tem que ser feito através de um processo cuidadoso e individualizado. “É muito importante que desde o início seja estabelecido diálogo franco e aberto entre família e escola para que toda equipe escolar (Professores, coordenadores, auxiliares, porteiro, atendente da cantina) esteja preparada para receber esse aluno. Outra questão bastante importante é o contato com a equipe terapêutica do aluno, que pode dar orientações precisas sobre manejo comportamental em caso de crises. É importante que a escola promova atividades que favoreçam a interação e a inclusão, como jogos cooperativos, trabalhos em grupo e projetos em comum”, completou Thelma, informando que quanto mais cedo a criança com autismo estiver em convívio com outras crianças, o seu potencial de desenvolvimento é estimulado e ela poderá ampliar a compreensão das regras de convívio social.

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