Se a população de Diadema seguir inerte, a partir do dia 01/01/25 terá que pagar uma nova conta bastante salgada, já que nesta data entrará em vigor o MEGA AUMENTO de 94% que os vereadores aprovaram para seus próprios salários. Dessa forma, os salários dos edis passará dos atuais R$ 10.192,10 ( que já é uma excelente remuneração para trabalhar na escala 1x6 e sem a necessidade de apresentar nenhuma formação escolar) para exorbitantes R$ 19.803,83 e num contexto econômico em que o futuro prefeito de Diadema já reclamou publicamente sobre as péssimas condições financeiras do município, é um verdadeiro “tapa na cara” dos munícipes terem que pagar um valor dobrado para os salários dos vereadores a partir do início do próximo ano.
Aliás, a forma como esse aumento salarial de 94% foi aprovado é um dos fatos mais vergonhosos da história do município pois foi votado de maneira sorrateira (sem a sociedade tomar conhecimento) porque o ver. Orlando Vitoriano lançou mão de uma ardilosa manobra regimental para incluir o projeto do aumento dos salários dos vereadores em regime de urgência na última sessão do ano de 2023 e desta forma quando a população tomou conhecimento desta bomba-relógio por meio de alguns veículos da imprensa o estrago já estava consolidado.
E tão vergonhosa quanto a manobra ardilosa perpetrada pelo ver. Orlando Vitoriano foi a omissão dos dirigentes de instituições referenciais no município como: OAB, CIESP, ACE e Rotary Clube visto que em 2015 quando os vereadores na calada da noite aprovaram um aumento de 49% nos próprios salários, em seguida foram obrigados a recuarem após a atuação heroica e combativa dos dirigentes dessas instituições naquela época os quais honraram as tradições das instituições que representam e por isso defenderam com muita galhardia os interesses da cidade e de seus representados. Por isso, é motivo de muita preocupação que quando a afronta cometida pelos vereadores contra a população foi muito mais grave o comportamento dos atuais dirigentes dessas instituições tenha sido de total apatia, visto que sequer divulgaram uma mera nota para manifestarem repúdio contra essa Farra de Gastos que tantos efeitos negativos provocará para as finanças públicas municipais.
Inclusive deve-se destacar que além de ter atuado com total desprezo pela situação financeira dramática do município, o ver. Orlando Vitoriano também atuou de forma autoritária e antidemocrática pois impediu que mais de 340 mil eleitores cadastrados na cidade de Diadema pudessem exercer o direito constitucional à Consulta Popular (direito assegurado pelos § 12 e 13 do artigo 14 da CF) já que ele deveria ter submetido ao TRE-SP a solicitação de Consulta Popular acerca da Lei Municipal Nº 108/2023 (que aumentou os salários dos vereadores em 94%) mas preferiu desrespeitar os direitos da população mesmo tendo sido oficiado em 07/06/24 para que fosse realizada tal consulta na data do primeiro turno das eleições municipais em 06/10/24.
Finalmente, não podemos ignorar que atualmente já há escassez de recursos para que a Prefeitura de Diadema preste serviços de qualidade satisfatória em áreas essenciais como: Saúde, Educação, Segurança Pública, Zeladoria dentre outras e no próximo ano a situação que já é caótica poderá se tornar catastrófica tendo em vista que nos últimos anos os recursos devolvidos pela Câmara Municipal à Prefeitura no final de cada exercício fiscal têm sido essenciais para fechar as contas, todavia isso possivelmente deixará de ocorrer após a vigência do aumento de 94% nos salários dos vereadores. Desta forma, será concretizada a situação mais perversa possível na qual os recursos que seriam aplicados na melhoria da qualidade de vida da população serão direcionados para aumentarem a remuneração dos vereadores e tal cenário além de ser péssimo para o desenvolvimento social do município é ainda mais nefasto para a promoção da democracia, pois ao dobrarem seus salários os vereadores terão enormes chances de se perpetuarem no poder (já que terão muito mais recursos para realizarem campanhas eleitorais do que os demais candidatos) e isso fará com que se sintam ainda mais confortáveis para votarem projetos que prejudiquem a população como aconteceu, por exemplo, na atual legislatura no caso da aprovação da taxa de lixo nas contas de água.
Anderson Nunes é economista, especialista em políticas públicas e contribui eventualmente redigindo artigos para o grupo ABC NEWS.
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