Domingo tranquilo, e o metrô não estava tão cheio quanto nos dias de semana. No entanto, ainda havia o suficiente passageiros para que não houvesse cadeiras vazias, e algumas pessoas estavam em pé, segurando-se nas barras de apoio.
Entre os passageiros, havia um casal abraçado, trocando beijos furtivos. Eles pareciam perdidos em seu próprio mundo, alheios ao movimento ao redor.
Ao lado deles, três idosas conversavam animadamente sobre suas vidas. Uma delas mostrava fotos de seus netos, enquanto as outras ouviam atentas, sorrindo. A alegria delas era contagiante, e alguns passageiros não puderam deixar de sorrir ao ouvir suas risadas.
Em frente ao casal, uma moça acima do peso segurava uma bolsa grande e parecia um pouco desconfortável no vagão. No entanto, ela não perdia a confiança e olhava para frente, com um sorriso leve nos lábios.
Do outro lado do vagão, uma mulher bonita atraía olhares discretos. Ela estava imersa em um livro, completamente absorvida pela história. Sua beleza era mais do que física; havia uma aura de inteligência e curiosidade ao seu redor.
Perto da porta, dois gays seguravam as mãos, trocando olhares carinhosos. Eles pareciam felizes e seguros, e sua presença era um lembrete de que o amor vem em muitas formas.
No canto oposto, um homem que parecia um atleta estava de pé, usando uma camisa verde e bermuda cinza. Ele usava um relógio esportivo no pulso e parecia focado em algum objetivo distante. Talvez estivesse a caminho de uma corrida ou de uma sessão de treino. Ou uma dúvidas dessas de amor.
A maior parte dos passageiros, no entanto, estava completamente desatenta ao que acontecia ao redor. Muitos estavam com os olhos fixos em seus celulares, perdidos em um mundo virtual. Alguns ouviam música com fones de ouvido, enquanto outros digitavam mensagens ou navegavam pela internet. O vagão parecia um mar de telas iluminadas, com pessoas isoladas em suas próprias bolhas digitais.
Mas naquele momento, algo inesperado aconteceu. O metrô parou bruscamente, e todos se apoiaram para não cair. Naquele instante, a moça acima do peso ajudou uma das idosas a se segurar, enquanto o atleta rapidamente ofereceu seu apoio ao casal. A mulher bonita fechou o livro e sorriu para os gays, que agradeceram com um aceno.
Os passageiros que estavam nos celulares levantaram os olhos, surpresos, e por um momento, todos se conectaram. Estranhos se tornaram aliados, unidos pela necessidade de se apoiarem mutuamente. E quando o metrô voltou a se mover, algo havia mudado. Os passageiros não eram mais apenas desconhecidos; eram pessoas que haviam compartilhado um momento de conexão.
Quando as portas se abriram na próxima estação, alguns desceram, mas a sensação de comunidade permaneceu. O metrô continuou seu caminho, carregando consigo a história de um momento em que a diversidade se tornou união, e a tecnologia, por um instante, foi esquecida.
Naquele momento de apreensão, todos se tornaram iguais no vagão da união.
Elias Lubaque é jornalista.
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