Em um dos momentos mais aguardados da história recente da Igreja Católica, o conclave realizado na Capela Sistina elegeu nesta quarta-feira (8) o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como o novo Papa. Aos 69 anos, Prevost escolheu o nome Leão XIV, evocando uma linhagem histórica de pontífices marcada por firmeza doutrinária e modernização institucional.
A escolha de um Papa estadunidense é inédita e marca uma nova fase da Igreja, com um olhar mais atento às transformações sociais globais e à necessidade de diálogo intercontinental. Prevost era até então prefeito do Dicastério para os Bispos, um dos órgãos mais estratégicos da Cúria Romana, e vinha sendo apontado como uma das figuras de confiança do Papa Francisco.
Em sua primeira aparição na sacada central da Basílica de São Pedro, Leão XIV saudou uma Praça de São Pedro repleta de fiéis com a tradicional expressão “A paz esteja com todos vocês”, seguida de um breve e simbólico discurso: “Nos ajudem a construir pontes vocês também, com diálogos, com encontro, para sermos um único povo, sempre em paz. Obrigado, Papa Francisco”, disse Leão XIV.
A eleição de Prevost é vista por analistas e vaticanistas como sinal de continuidade do legado do Papa Francisco, sobretudo nas reformas internas da Igreja e na defesa dos pobres, migrantes e do cuidado com a criação. Ao mesmo tempo, o novo pontífice deverá enfrentar tensões internas com setores mais conservadores e o desafio da crescente secularização em diversas partes do mundo.
A escolha do nome Leão XIV surpreendeu muitos observadores. O último Papa a adotar o nome Leão foi Leão XIII, eleito em 1878, conhecido por sua encíclica RerumNovarum, que lançou as bases da doutrina social da Igreja.
Nascido em Chicago em 1955, Robert Francis Prevost é membro da Ordem de Santo Agostinho e atuou como missionário no Peru por quase duas décadas, onde ganhou reconhecimento por seu trabalho pastoral e social. Em 2014, foi nomeado bispo de Chiclayo, no norte do país, e mais tarde transferido para Roma, onde passou a atuar na Congregação para os Bispos.
Multilíngue, com formação acadêmica sólida e conhecido por seu perfil conciliador, Prevost despontou nos últimos anos como um dos principais articuladores da reforma da Cúria iniciada por Francisco. Sua eleição, portanto, representa tanto uma projeção da Igreja para novas geografias quanto uma reafirmação do projeto de renovação e descentralização da fé católica.
Líderes religiosos, chefes de Estado e organizações civis de diversas partes do mundo enviaram mensagens de boas-vindas ao novo pontífice. O presidente dos Estados Unidos, país de origem de Prevost, afirmou. “É uma grande honra saber que ele é o primeiro Papa americano. Que emoção e que orgulho para o nosso país. Aguardo ansiosamente o encontro com o Papa Leão XIV. Será um momento muito significativo!”, disse Trump em seu Instagram.
Leão XIV agora terá diante de si o desafio de conduzir a Igreja em meio a um cenário global de conflitos, mudanças climáticas, tensões geopolíticas e transformações culturais profundas. Para muitos fiéis, a esperança é de que o novo Papa consiga unir tradição e modernidade, mantendo viva a essência do cristianismo num mundo em constante mutação.
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