Moradores reclamam de barulhos excessivos de comércios no Conseg SBC II

Incomodados com a perturbação de sossego promovido por comércios instalados no bairro do Rudge Ramos, diversos moradores estiveram no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) SBC II na noite desta segunda-feira (9) reclamando dos barulhos de som alto oriundos desses estabelecimentos. A reunião contou com a presença do secretário de Segurança Municipal, Major Topalian, que instruiu os munícipes presentes, inclusive uma comerciante, que buscou orientação sobre como proceder diante dessas reclamações.

Um problema já antigo na região e reportado diversas vezes, um morador voltou a solicitar providências a uma adega localizada na Rua Afonsina. “E abri os chamados. Moro à 300, 400 metros desse comércio que provoca esse barulho, que no caso é música. Então, se está me incomodando, eu que moro entre 300 e 400 metros desse comércio, imagina que está próximo. É uma adega ali. Só que é uma adega que tem show noturno. Música ao vivo. E é meio aleatório. Tem dias que tem de sábado, domingo, as vezes no meio da semana. E não tem hora. É meia noite, uma hora da manhã. Então é preciso que a GCM ou a Polícia Militar venha quando a gente abre o chamado”, relatou o munícipe.

A reclamação do morador ganhou o coro de uma vizinha, que embora não se sinta incomodada com o som, ela também consegue escutar de uma longa distância. “E é verdade essa reclamação. Tive alguns vizinhos que reclamaram no dia. Eu conseguia ouvir da minha casa. Não me incomodava. Para mim, ainda estava ok. Mas quem mora na Rua José Clemente e próximo dela, todos reclamaram. E esse barulho já vinha na sexta, sábado e domingo”, acrescentou.

Com ar de desespero, a comerciante, que abriu um bar recentemente, buscou o Conseg para entender o que é preciso fazer, uma vez que ela recebeu a visita da GCM três vezes no mesmo dia, e foi informada de que teria o estabelecimento fechado caso a corporação retornasse. “Eu vim buscar orientação. Nós inauguramos um comércio e esse foi o segundo final de semana. Em questão de viaturas, acho que foram umas dez, por reclamação. Mas as reclamações iniciaram antes mesmo da inauguração. Sem barulho e sem nada. Então, como eu devo proceder? Como eu faço? Porque eu preciso trabalhar. Se eu abri um bar, um comércio ou o que seja e as pessoas não podem falar, então não tem o porquê de existir esse trabalho. No domingo tem um grupo de pagode, onde o horário é das 16h às 19h. E o som não é tão alto. E mesmo sem o som, a GCM é chamada”, contou, informando que a documentação do estabelecimento está tudo em dia.

Acompanhando as demandas dos moradores, o secretário de Segurança solicitou ao Inspetor Nunes da GCM que fizesse a verificação e orientou a moça. “Primeiro eu vou verificar. A nossa legislação municipal de posturas, ela tem sim uma quantidade de decibéis. Ela tem o período diurno e o período noturno, e normalmente é 65 de dia e 55 à noite. E essa questão do depois das 22h, caiu, com a alteração de legislação. Essa questão da perturbação de sossego é o seguinte. A partir do momento que um cidadão liga para o 153, a gente tem por determinação ir atender a ocorrência. Nós temos uma legislação de postura. Vou pedir para o inspetor Nunes ir até o comércio da senhora para verificar as condições. E as casas de show têm que ter uma regulamentação. E a senhora precisa ter uma acústica. Então ele vai completar essas orientações’, explicou o Major Topalian. Já com relação ao estabelecimento da Rua Afonsina, o secretário informou que será realizado o mesmo procedimento.

O delegado titular do 7º Distrito Policial de São Bernardo do Campo, Dr. Paulo Negrão, pediu aos moradores para que não se escondessem quando fizerem as reclamações. “Quero pedir para vocês que quando fizerem alguma reclamação, que se apresentem. A Polícia Civil é um elo da GCM e da Polícia Militar. Precisamos que as pessoas se apresentem para que a reclamação seja concreta. Só assim, poderemos provocar o Ministério Público e com isso dar andamento ao processo. Caso contrário, não andará para frente”, concluiu o delegado.